Category Archives: Televisão

Relembrar um dia negro para o jornalismo português

O dia 10 de Junho de 2005 entra para a História como um dia negro para os Media portugueses, que noticiaram um alegado “arrastão” na praia de Carcavelos. Canais de TV, rádios, jornais, todos foram enganados – e enganaram-nos. Foi a nossa “chacina-fantasma de Timisoara” (descontadas as diferenças). O clip que podem ver inspira-se no documentário de 20 minutos intitulado “era uma vez um arrastão” (estreado na net e inédito em TV), produzido por Diana Andringa. O documentário já não pode ser visto no respectivo site, porque este deixou de existir, mas se ‘googlarem’ o tema, encontrarão o original retalhado no YouTube. Aqui recupera-se, a partir desse documentário, os elementos essenciais dessa fraude, entretanto desmontada mas, na minha opinião, ainda não totalmente esclarecida (ninguém foi sancionado, nem polícia, nem jornalista – com excepção da “condenação” da então Alta Autoridade para a Comunicação Social -, nem o sr. Hélder Gabriel, a única “testemunha”-fotógrafo, que aqui parece estar na génese da orquestração).


3’56”

O clip, montado em Novembro de 2005 como material de apoio para um trabalho de curso, foi o meu primeiro contacto com o programa de edição vídeo Adobe Premiere. Tem, por isso, algumas insuficiências que, infelizmente, (ainda) não pude corrigir. Mas o facto de ter sido ‘linkado’ há dias pelo Arrastão do Daniel Oliveira, fez-me relembrar esse episódio infeliz da nossa história recente e este clip, no qual coloquei o essencial acompanhado de uma banda sonora cuja única função é reforçar a “montanha russa” emocional do pseudo-arrastão.  No fim, os créditos surgem cortados porque na conversão e compressão do ficheiro AVI houve alguns frames que se perderam. Sublinho, por isso, que as imagens originais foram retiradas do documentário de Diana Andringa, que acabou por me autorizar na utilização dessas imagens. Onde me encontro actualmente não tenho acesso ao origional nem aos meios para fazer as correcções necessárias, que ficam ao mesmo nível dos desmentidos da imprensa: talvez um dia…

O apagão analógico e o brio digital

Enquanto Portugal começa agora a discutir um quinto canal de TV em sinal aberto (possível graças à abertura à televisão digital terrestre), em Espanha as televisões (sobretudo as locais) passaram ao lado do apagão analógico programado pelo governo. Um atraso que não impede os restantes meios digitais de tomarem a dianteira em relação ao futuro governo espanhol, propondo um debate na rede entre candidatos a primeiro-ministro nas legislativas espanholas marcadas para daqui a dois meses.  A proposta partiu dum jornal gratuito, o 20minutos, ao qual se juntaram entretanto outros órgãos como o portal Terra, ElPAIS.com, elmundo.es, LAVANGUARDIA.com, ABC, Público (espanhol) e o Yahoo. Se Zapatero e Rajoy aceitarem, os cibernautas poderão entrar no debate com perguntas via Twitter ou assistir a tudo online via TerraTV. Um cenário em tudo equivalente ao papel cada vez mais destacado que a Internet tem vindo a ter em momentos eleitorais, como o que se passa nos Estados Unidos.

A TV tim-tim por tim-tim

Um episódio de “The Screen Wipe”, programa originário da BBC4, centrado no lado invisível da televisão, o lado menos ‘glamoroso’ do trabalho. Imprescindível para estagiários, curiosos, fãs e todo o tipo de gente mal-humorada. 


The Screen Wipe Guide to TV | 29′

Inteligência Artificial

Isto sim.  

E bom fim-de-semana.

Governo espanhol aconselhado a aumentar programação educativa na televisão

O governo espanhol vai receber dentro de dias uma proposta para que, num prazo de três anos, a produção de conteúdos educativos para televisão digital em Espanha dê um salto das actuais 1.000 horas/ano para 2.600 horas/ano. O documento propõe ainda que sejam criados pelo menos um canal cultural, um ou dois canais universitários, um canal dedicado à América Latina, um canal dedicado à formação de professores e um canal de difusão de recursos educativos até ao nível do ensino secundário.

O autor do documento, José Pérez-Tornero, revelou ontem, na Universidade do Minho, em Braga, durante a conferência  (da qual dei conta aqui), algumas das recomendações incluídas no relatório que está a ser elaborado a pedido do governo socialista espanhol. Outra proposta que deverá constar da versão final é a dolançamento de um instituto europeu que assuma o acompanhamento desta área.

Pérez-Tornero falava na conferência “A dimensão educativa da televisão na era digital”, realizada ontem, na Universidade do Minho (UM), por iniciativa conjunta da RTP e do Instituto de Ciências Sociais da UM. O documento, a ser entregue em data que não especificou, é o segundo relatório nesta matéria que aquele professor e investigador da Universidade Autónoma de Barcelona  realiza para o executivo de José Luis Rodríguez Zapatero.

Em Braga, Pérez-Tornero mostrou-se pessimista quanto à Televisão Digital Terrestre (TDT), considerando que ela já “vai chegar tarde”. Ao nível da tecnologia, “a TV via ADSL oferece muitas mais possibilidades”, apontou ainda, salientando que é possível que o nível de personalização do serviço de TV nas novas plataformas não vai atingir os níveis desejados. “As agências de publicidade e as TV’s, tal como no cabo, não o vai permitir”, explicou.

Será a televisão para “pessoas inteligentes” feita por jornalistas-engenheiros?

Duas notas sobre a conferência RTP/Universidade do Minho, que presenciei hoje em Braga, subordinada ao tema “A dimensão educativa da televisão na era digital” (assisti às intervenções iniciais e não pude ficar até ao fim do debate, no qual de resto fiz questão de entrar):

1.º Para o actual director da RTP-N, os produtores de conteúdos de televisão encaram um desafio que é este – as novas tecnologias vão obrigar a “massificar uma TV diferente, mais interactiva”, o que obrigará a produzir uma TV para “pessoas inteligentes, que têm alternativas”.
E a próxima alternativa é dar o salto para o YouTube, onde a RTP vai em breve disponibilizar peças curtas ou encurtadas da programação oriunda da RTPN, como avançou José Alberto Lemos.
Não se trata (ainda?) de programar e produzir para uma plataforma do tipo YouTube, antes rentabilizar a produção existente e aproveitar novos canais de distribuição para ir de encontro ao espectador que optou por se desencontrar com o aparelho de TV.
Mais importante, o projecto da RTP Mobile, apresentado na conferência realizada na Universidade do Minho, revela que há um projecto arquitectado e em concretização para ir ao encontro dos novos recursos tecnológicos, das novas plataformas de distribuição. O novo paradigma, segundo José Alberto Lemos, passa por “dar a informação relevante de uma forma mais rápida”, ser mais expedito no que tem para se dizer ou mostrar. Como exemplo do caminho a seguir, o director da RTPN apontou um caso da imprensa, a última reformulação gráfica do diário Público.

2.º Os próximos tempos poderão ser os do jornalista-engenheiro. A hipótese (que também admite a versão engenheiro-jornalista e para mim é novidade) foi levantada por José Manuel Pérez-Tornero, da Universidade Autónoma de Barcelona, que foi outro dos oradores da tarde.
Segundo Pérez-Tornero, para o futuro há que desenvolver a “escrita tecnológica” para responder ao surgimento de um novo paradigma comunicacional no campo do que se designa por comunicação de massas. Uma escrita tecnológica que passa pelas novas tecnologias, mas que, na opinião de Pérez-Tornero, não deve deixar cair aquilo que torna a missão de informar uma actividade com natureza de serviço público, isto é, essa escrita terá que que “defender a fiabilidade, a veracidade”, a verificação e o cruzamento dos factos, da informação. E não privilegiar o que qualificou como a “histeria” actual dos programadores, que arrastaram o mundo para um “dilúvio mediático”, recheado de “grandes eventos”, mas com uma “informação cada vez mais superficial” e, sobretudo, “sem conhecimento”.

 

TV Esperança

Earl Hickey (Jason Lee) 
My Name is Earl, semanalmente, um episódio de uma sitcom sempre em busca do karma certo. História de um bandalho que decide mudar de vida depois de conquistar 100 mil dólares na lotaria.

Produto americano, oriundo da NBC, cuja primeira série está em exibição por cá. A série fartou-se de ser nomeada para prémios, alguns dos quais ganhou.

Sempre na 2:, depois das notícias da noite (e da extracção do totoloto…).

Post necessariamente curto para não perder o episódio de hoje (link para Earl na 2:)